sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Spa 7 Voltas

Graças a um concurso do Citibank, passei com SF um final de semana no Spa 7 Voltas em Itatiba, SP.

O nome é mais do que adequado: para chegar lá nos perdemos diversas vezes, chegando ao ridículo de ter que parar em um posto de gasolina para perguntar em que rodovia estávamos (era a Dom Pedro I). Um pouco mais tarde foi a vez de agradecer ao inventor do celular, que nos habilita a telefonar até mesmo do meio de um bambuzal...

Alojados em um bucólico chalé, encontramos um frigobar. Você sabe o que tem no frigobar de um spa? 48 copinhos de água!

A programação é intensa: despertar às 7 da madrugada, seguido por um brunch composto de: fatia (pequena e fina) de pão preto sem casca, fatia (pequena e fina) de queijo danúbio light e uma lâmina de goiaba. Como optamos pela Dieta Dupla (1.200 calorias / dia), eram DUAS fatias (pequenas e finas) de pão preto sem casca e DUAS fatias (pequenas e finas) de queijo danúbio light (a lâmina de goiaba continuou sendo uma só).

Às 8h15m, alongamento no gramado. E logo seguimos em um micro-ônibus para uma fazenda próxima, para uma bela caminhada de 7,5 km em 1 hora entre ipês multicoloridos, vacas e tomadas de freqüência cardíaca a cada 1 km.

De volta ao spa, alongamento, coquetel (gelatina de morango diet) e sessão de 15 minutos de 500 devastadores abdominais que são a prova de que agüentamos muito mais sofrimento do que imaginamos.

Às 11 da matina, sessão de hidroginástica intensa (1 hora) - ou, como prefere nosso amigo Mr. Cantiello, hidrogeriátrica...

Almoço! Servidas em um gigantesco prato enfeitado por sapinho e plantinhas de plástico e cercadas por enormes copos de água, estavam: DUAS rodelas de tomate, DUAS folhas de alface, DUAS fatias (pequenas) de peito de frango no molho de maracujá e suflê de batata baroa. A sobremesa era um sorvete branco com gosto de gelo quente coberto por uma indecifrável calda amarela. Um garçom se apiedou e nos segredou que poderíamos obter uma certa liberdade alimentícia conversando com a nutricionista. Ledo engano: ela explicou estarmos todos em processo de educação do estômago, e que aquela comida era absolutamente suficiente. Felizmente sou Gerente de Planejamento, e além dos copos d'água tínhamos no quarto um precioso farnel-contrabando composto por bolo de laranja (thank you Ms. Martins), trufas (thank you Ms. Casal), batatas fritas e cookies (thank you Nabisco).

Não participamos das atividades vespertinas, que são mais light (aulas de danças, jogo de bocha, caminhada aquática), preferindo usufruir do "pacote Citibank" que dava a cada um o direito a uma limpeza de pele (uma experiência sensorial com luz verde, incenso, música tântrica e cobra flutuando no ar), shiatsu (detestei - o corpo todo dolorido e o cara fica apertando e perguntando se está doendo? É CLARO QUE ESTÁ! Saudades do espetacular shiatsu de Mr. ZRen) e gomage (esfoliação epidérmica com cristais - vulgo sal grosso - óleo de amênoas e essências). Em resumo, saí de lá novo em folha!

Butique, coquetel (DUAS fatias de tomate e DUAS torradas de trigo light), viveiro de pássaros, criação de esporrentas araras, sauna, ducha escocesa. Jantar de peixe grelhado e poucos etceteras, e às 10 da noite estávamos desmaiados na cama gigantesca.

No domingo a programação matinal se repetiu, e após mais 400 abdominais eu estava em pandarecos a ponto de quase dar vexame na hidrogeriátrica, tamanho o descontrole sobre os músculos.

O mais curioso, no entanto, foi o almoço japonês: não é que a nutricionista tinha razão? Os estômagos já estavam acostumados, e quase não conseguimos terminar os pratos. Na mesa ao lado ouvimos 4 pessoas passarem uma hora inteira falando em todos os tipos de comidas colesterólicas; foi difícil segurar o riso - mais parecia um quadro do Casseta & Planeta.

Paguei a fortuna de R$ 2 (duas fichas de pinball) e sarados, relaxados, felizes, lépidos e fagueiros e com dores no corpo e no coração voltamos para esta estranha vida de gorduras, excessos e flacidez.

Conclusão:
Deus realmente dá castanhas a quem não tem dentes.

Ou:
Dói - mas é gostoso.

(nov/1999)

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